Transfer é um processo gráfico em que utilizamos um papel de transferência, imprimimos sobre ele com impressoras jato de tinta, laser ou offset e fazemos a transferência da imagem usando calor e pressão sobre um substrato qualquer (camisa, caneca, caneta, etc).
Simples, não?
Apesar disso, ainda tem muito mistério no processo. Muita confusão, principalmente no que se refere a sublimação.
Então vamos diferenciar estes dois processos.
No transfer a camada impressa fica sobre o substrato, como se fosse um adesivo, mas você não usa cola nenhuma. É tudo feito pelo calor e pela pressão.
No caso da sublimação, a tinta meio que evapora, penetrando na superfície do substrato. Ela não fica superficial e sim entranhada no substrato.
Então você diria que a sublimação é superior! Em parte eu concordo!
Mas acontece que a sublimação é dependente de uma impressão a base de tinta, no caso impressoras jato de tinta ou plotter. A produção é lenta. Nós adaptamos uma impressora para funcionar com este processo. Assim que imprimimos a folha parece borrada. Mas ao aplicar no substrato a imagem fica perfeita. A impressora adaptada não poderá mais fazer impressão comum… pois ficará borrada na impressão direta.
O transfer pode usar diversas impressoras. A impressora poderá continuar a ser usada para fazer cartões, panfletos, impressões comuns. Se você utilizar uma impressora laser conseguirá ter produção, aumentando seus lucros.
Deu para sentir a diferença? Sublimação é lenta e prende a impressora. Transfer é rápido e a impressora fica livre para outros serviços.
O que é preciso para trabalhar com transfer?
Para trabalha com transfer, antes de mais nada precisamos escolher o equipamento que fará a impressão. Pode ser uma Jato de Tinta, Laser ou mesmo offset. Definir isto é importante, pois o papel a ser utilizado é desenvolvido especialmente para a impressora escolhida. Aqui o mais importante é ter em mente o seguinte: Jato de tinta é lento, mas acessível a todos; Laser é uma maravilha em qualidade e velocidade, mas é cara para a maioria; Offset é a melhor em impressão, mas tem que fazer muitas cópias da mesma imagem para valer a pena, então é usada apenas no caso de indústrias.
Definida a impressora, nossa segunda providência é comprar o “papel transfer”. Na busca deve-se verificar a especificação do papel. Você perceberá que o papel transfer para jato de tinta é mais caro do que o para laser. Isto se deve a quantidade vendida. Apesar de ter mais gente com o papel de jato de tinta, a impressão é lenta, e com isso se produz menos, aumentando o custo do papel. Já o papel transfer para laser, tem ganho de escala devido a velocidade das impressoras, rivalizando inclusive com o papel transfer para offset, que é bem difícil de encontrar.
Só como curiosidade, no mercado livre temos muitas opção de papel sublimático a baixo custo (cerca de R$ 0,90 un) e poucas de papel transfer a um custo relativamente alto (R$2 a R$ 3 dependendo se é tecido claro ou escuro). Isto se deve a febre da sublimação com seus chinelos para festa e almofadas personalisadas. Mas se procurar pode-se achar papeis com valores menores que R$ 1 para transfer. Cheguei a achar 100 folhas por R$ 40, ou seja, R$ 0,4 un.
Com isso já temos o papel que vamos utilizar. Faltam agora as máquinas.
Máquinas para aplicar transfer
As prensas planas para transfer e sublimação, são os equipamentos mais comuns utilizados neste setor. Você até poderia utilizar um ferro de passar, mas o resultado fica muito distante do utilizado com um desses equipamentos.
Existem prensas para folhas A4 e para folhas A3. A diferença é o tamanho das imagens que podem ser transferidas. O mesmo equipamento atende transfer e sublimação. Alguns tem adaptadores do tipo “tudo em um” transformando o equipamento básico em até 8 equipamentos, segundo o item a ser prensado.
O custo vai de uns R$ 800 até mais de R$ 2 mil no caso dos equipamentos tudo em 1.
As prensas para canecas são mais em conta, por volta dos R$ 300, mas só servem para objetos cilíndricos. Os equipamentos tudo em um trazem também esta opção.
As prensas para caneta também são bem conhecidas. Podem ser adaptadas nas prensas planas e também estão presentes nos equipamentos tudo em um. Mas devido as características destes objetos pequenos, podem ser uma boa opção para quem trabalha muito com canetas. O valor é pouco superior a R$ 1 mil.
As máquinas para estampar boné, também são muito conhecidas no mercado. Tem o berço apropriado para a curvatura das abas do boné. Também estão presentes nos equipamentos tudo em um. O valor fica por volta dos R$ 1 mil.
Pratos personalizados também estão se tornando bem comuns. E com isso surgiram máquinas apropriadas para este tipo de serviço. O valor fica por uns R$ 1 mil também.
As mantas de silicone também estão presentes nas buscas. Elas servem para se ajustar a superfícies curvas, absorvendo o calor da prensa e transferindo por igual no objeto prensado. Podem ajudar muito em objetos pouco convencionais e são bem baratas.
Outra coisa a ser observada ao adquirir equipamentos é no termo “digital”. Ele se refere aos controles de temperatura, podendo regular temperatura e tempo de exposição independente do operador, evitando que o objeto fique pouco tempo sem fixar direito ou muito tempo, queimando o papel e estragando a prensagem.
Vale lembrar que o papel transfer não é muito caro, mas o material a ser prensado pode custar bastante, dependendo do caso.
Vale a pena trabalhar com transfer?
Claro que vale!
Dá uma olhada ao seu redor!
Seu café é tomado numa xícara feita com um desses dois processos. Quase todo equipamento eletrônico possui algo prensado. Suas camisetas quase sempre tem estampas feitas num desses processos. Sua sandália também passou pelo processo. O mousepad que você usa também é resultado dele. As canetas personalizadas que você ganha com a propaganda do seu fornecedor. E muito mais coisas, tanto da área de brindes, como do seu dia-a-dia.
É só andar pela casa e ver! Muitos você nem percebe que estão lá, mas sem as informações prensadas com certeza seriam menos úteis para você.